A Universidade: da simples transmissão à construção
de conteúdos e seres
Por
Isaque Ville
As universidades têm feito parte da formação escolar
de muitos na população mundial, e atualmente desempenham um grande papel na
sociedade, tem sido uma grande porta de formação de trabalhadores para
exercerem diversas funções no mercado de trabalho e na sociedade.
Esse passo importantíssimo para uma capacitação
profissional nem sempre foi tão fundamental, divulgada e acessível as pessoas,
tendo sido muitas vezes uma forma de segregação e de imposição de poderes sobre
aqueles que tinham a chance de ingressar neste tipo de curso.
Essa qualificação de estudo focada em jovens e
adultos teve começo na região da Mesopotâmia, com a escola para escribas sumérios
por volta de 3.500 a.C., com o ensino da escrita e matemática. Outro local de
estudo com grande referência na antiguidade são as escolas dos filósofos,
primeiramente a de Platão, com o ensino próximo da filosofia, matemática, ginástica,
e posteriormente a de Aristóteles e Sócrates. Porém estas instituições não podem
ser consideradas universidades propriamente ditas. O conceito de Universidade
no âmbito escolar é de modo sintetizado: centros educacionais, onde há uma
ampla variedade de conteúdos ensinados e precisa ter indispensavelmente o
ensino, a pesquisa e a extensão de forma indissociável. Sendo assim, devido a
limitada área de ensino, estas escolas não podem ser taxadas como Universidades.
Dentro destas determinantes, as primeiras Universidades
nesse contexto são as universidades de Bolonha e Paris, nos séculos XI e XII
que eram ligadas e controladas pela Igreja. Onde tinham uma formação mais
ampla, abordando a teologia, artes, decretos (algo como o curso de Direito), e
medicina. Estas Universidades seguiam uma rigorosidade religiosa e tinham
muitos de seus estudos voltados para o benefício da própria Igreja, mas também preocupados
com o bem social, formando juízes, administradores, dando oportunidade de emprego
a professores e sustentando assim uma nova parte das relações sociais. Além disso,
havia a possibilidade de estudar ciências exatas posteriormente, e também a
chance de formação em nível de mestre e doutor.
Outras Universidades surgiram com o tempo, mas as mudanças
e diferenças surgiram com a reviravolta ocorrida na Igreja com a reforma
Protestante e a Contrarreforma, onde as Universidades se desvincularam do clero
e passaram a ser autônomas. Livre das restrições impostas pela religião, as
novas Universidades ampliaram seus horizontes de pesquisas e ensinos, passando
a incluir o estudo da física, biologia e química, que eram disciplinas oprimidas
pelas leis da Igreja.
A partir de então a visão das Universidades só foi expandindo.
Chegando assim ao Brasil, com sua primeira Universidade em 1920, a URJ,
Universidade do Rio de Janeiro. Antes disso já haviam poucas escolas de nível superior
no Brasil, e muitas vezes os pais mandavam seus filhos para estudar em Portugal,
mas seja qual for a opção, Universidades brasileiras sempre foram uma oportunidade
para poucos sendo elitizada de várias formas. Depois da URJ surgiram outras
Universidades, como a USP, a Universidade do Distrito Federal, a UnB e outras.
Mas até os dias atuais o curso superior não tem sido
muito acessível à população brasileira, e isso acaba gerando consequências na
sociedade, como nível de conhecimento, de escolaridade, nível econômico,
redução em quantidade de profissionais, etc. Para reverter a situação e evitar
uma crise social pela falta de capacitação da população, o Governo Federal
investiu e têm investido na criação de novas Universidades, ampliação de vagas
e criação de oportunidades para maior parte da sociedade, como o programa de
cotas, o FIES, PROUNI e outros.
Dentre essas novas Universidades surge a UFSB, Universidade
Federal do Sul da Bahia, que com um novo olhar busca quebrar paradigmas de
formas de ensino, qualidade dos alunos, melhora na formação humana e social dos
seu estudantes, e renovando a visão que
se tem sobre o ensino superior, permitindo que mais alunos tenham acesso ao seu
ensino, garantindo isso com três campis de
ensino, além dos Colégios Universitários, que garantem oportunidade para os
moradores da região crescerem, mudando e melhorando a realidade da região, de
forma que cada aluno tem autoridade sobre o caminho que deseja traçar para sua
formação, dando liberdade para que ele possa escolher da melhor maneira possível
como ele deseja encaminhar o seu aprendizado. Embasado em educadores como Paulo
Freire e Anísio Teixeira, a UFSB tem um grande cuidado e uma enorme valorização
do aluno, colocando ele não como um ser inferior que vai a Universidade apenas
para receber, mas o põe como individuo determinante de sua vida, que em
conjunto com a Universidade será capaz de criar conhecimento, moldar a sua
realidade e transformar seu mundo, sendo assim o protagonista da as jornada.
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