segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Universidade e Sociedade: Da teoria à Prática

 
Começo aqui a apresentar minhas considerações sobre as últimas leituras e última atividade realizada nesse quadrimestre (2015.2) propostas pelo componente curricular UNIVERSIDADE E SOCIEDADE.
 Para início deixo aqui registrado meus sinceros agradecimentos à professora Andréa por nos conduzir numa caminhada rica de conhecimentos teóricos e práticos sempre voltados à realidade de nosso país, mundo e sem esquecer é claro, a de agora, nossa região.
Continuando a pontuar os pontos positivos do componente, não poderia deixar de citar os vários textos e vídeos que foram propostos, todos com temas atuais e voltados para o que estamos vivendo, discentes, docentes e o mundo acadêmico em geral, fazendo-nos refletir sobre o papel da UFSB como instituição, bem como nosso papel como educandos nesse contexto. 
É nesse sentido que esse último post estará voltado. Minhas perspectivas de universidade aliadas com fundamentação teórica e histórico temporal da mesma.
O que é uma universidade e o que a diferencia das demais instituições de ensino?

 
A universidade, segundo a autora dos Escritos sobre a universidade, Milena Chauí – Universidade é uma instituição social. Entende-se aí que a universidade é uma extensão da sociedade. Não se pode pensar em unir algo que em sua essência já faz partes desta, elemento social. O que se pretende, de fato, é fazer com que a primeira participe mais ativamente de formar a intervir e transformar não só uma parcela da sociedade, mas de forma global e harmônica.
O que acontece na atualidade é um revés social no ensino superior público. No ensino básico (Ensino fundamental e Médio) as classes sociais se dividem não só pelo poder aquisitivo, mas também pelo acesso e a qualidade do ensino, os que podem pagar colocam seus filhos em escolas com infraestrutura, recurso material e humano adequados, já os com baixo poder aquisitivo utilizam-se do ineficiente ensino público. Ora, sabemos que, conforme escrito na constituição, todos, independentemente da classe social deveriam ter acesso ao ensino público de qualidade, na prática só quem o possui é quem pode pagar. Esse cenário somado à discriminação e problemas de desenvolvimento regionais enfraquece o ensino superior no Brasil. Enquanto o ensino público nos primeiros anos é destinado aos pobres, o que acontece nas universidades e faculdades é o contrário. Estar matriculado nestas instituições pública até pouco tempo era sinônimo de alunos oriundos de escolas particulares e de “etnias” dentro dos padrões aceitáveis pela sociedade, ou seja, grande parte eram brancos.  

 
Aos poucos esse cenário injusto e que só serve para aumentar as desigualdades, considerando a educação como meio de integração e desenvolvimento social, vem mudando.  Através das cotas, omitindo aqui controvérsias na sua eficácia e isonomia, vem possibilitando que alunos que outrora não tinham oportunidades de ocuparem uma cadeira numa instituição pública, não só ocupem, mas que permaneçam até o término do curso. Falando aqui das ações afirmativas que reservam vagas para alunos de escola pública, autodeclarados negros, pardos e índios.
Através deste desabafo nota-se que a universidade está longe de desempenhar seu papel como parte integrante e agente transformador social. Mas qual é o real objetivo, ou como prefere a Universidade Federal da Bahia – UFSB, qual é a razão de ser de uma UNIVERSIDADE?
Para responder essa pergunta é necessário  refletir como e quando surgiu a universidade. Para começar abaixo temos algumas definições de universidade:
 

Universidade é uma instituição de ensino superior que compreende um conjunto de faculdades ou escolas superiores destinadas à especialização profissional e científica. As universidades oferecem atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, que são serviços de atendimento à comunidade, nas diversas áreas do saber.  Uma universidade deverá desenvolver, no mínimo, quatro programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) com boa qualidade.
 

 
Uma Universidade é uma instituição pluridisciplinar de formação de quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano.[1] Uma universidade fornece educação tanto terciária (graduação) quanto quaternária (pós-graduação). Segundo Mazzari Júnior "as universidades gozam de autonomia para executar suas finalidades, em estrita observância ao texto constitucional, porém este direito não proíbe o Estado de verificar o uso desta prerrogativa nas atividades que lhes são próprias." pluridisciplinar....wikipédia.org/wiki/Universidades
As universidades têm definições e origem variadas com versões que se divergem de acordo com o ponto de vista de historiadores. Dependendo do olhar e conceituação de universidade que cada um adota datam e localizam a sua origem de diferentes formas. O que podemos observar nessa miscelânea de informações é que o motivo principal para essa variação é a dificuldade de definir qual das antigas instituições faz jus ao nome, ou melhor, se enquadra no conceito global de universidade, mesmo considerando que todas desempenharam e algumas ainda desempenham importante papel no processo de desenvolvimento da sociedade e formação humana. Nota-se ainda que nesse processo de definir uma linha cronológica das universidades alguns historiadores desconsideram ou selecionam dados a fim de importar determinado continente como pioneiro nas criações dessas instituições.
Num resumo dessas várias interpretações da história podemos criar uma linha de tempo considerando universidade no sentido de uma instituição educadora e formadora de indivíduos, com capacidade de produzir e transmitir conhecimentos.
Podemos citar A ESCOLA DOS ESCRIBAS SUMÉRIOS (3.500 A.C) porém não se encaixa no contexto atual de multidisciplinaridade, pois ensinava apenas a escrita Cuneiforme suméria e Matemática.
A Academia de Platão muito voltado para a filosofia e a forma de vida, incluía ginástica e Matemática. Essa metodologia baseava-se na máxima “Mente sã, corpo são” (387 a.c).
 
③ Somente no século V que aparece a primeira universidade que se encaixa no conceito moderno de universidade. Muitos historiadores não apontam ela como primeira universidade o que pode ser explicado por ser localizada na Ásia e a constante idealização da Europa como centro do conhecimento. Como a maioria das Universidades históricas, a Universidade de NALANDA, era ligada a um filosofo, neste caso budista. A partir daí é conhecida a dimensão de uma universidade milhares de alunos, em torno de 10.000 e cerca de 1.500 professores. 
④ Continuando a pegada religiosa outras universidades a tiveram como base a da Tunísia (670 d.c) é um exemplo;
Após várias leituras e fontes variadas é importante pontuar que a UNESCO  reconhece a Universidade de Karueein, Fez – Marrocos (859 d.c) como a primeira universidade do mundo, considerando  o modelo moderno. Já a primeira universidade Europeia só é fundada no ano de 1088 na Itália, Bolonha.
Outro ponto a destacar sobre os diversos relatos da história das universidades é a semelhança de cursos oferecidos, muito voltados para área de conhecimentos da natureza, entendimento do “eu” e do “meio” (filosofia) e voltado à saúde, no caso medicina, sem esquecer é claro pela busca incessante pelo entendimento da matemática.
Na atualidade as universidades se adaptaram às demandas globais, seja pelo crescente campo tecnológico ou inovações no controle e erradicação de doenças e seus agentes transmissores cada vez mais resistentes graças às mutações ou ramificações, ou ainda as graves transformações geográficas, principalmente às relacionadas ao clima e distribuição demográfica, sem falar do, nunca esquecido, desejo de desbravar o universo, com as corridas espaciais cada vez mais autônoma e eficaz. Junta-se ainda como algo que remodelou as universidades atuais, a relação tempo – espaço.  A partir dessa relação hoje já existem cursos semipresenciais e à distância.
E no Brasil?
No Brasil como nas outras partes do mundo, também há controvérsias. Para alguns a Universidade Federal do Rio de Janeiro é a primeira criada no país. Para outros, no entanto, afirmam ser a Universidade de Manaus (1909) a primeira do Brasil. Para entender o porquê dessa diferença devemos voltar ao passado, mas especificamente no período colonial. Nessa época Portugal não atribuía nenhuma instituição fora de Coimbra a titulação de universidade. Por isso mesmo tendo fundada a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho em (1792) no Rio de Janeiro-RJ nessa época ainda não se caracterizada, nem a denominava como universidade. Outra a entrar na discórdia da primogenitura é a Universidade Federal do Paraná-PR apesar que antes dela ser fundada já existia a Universidade de São Paulo (1911) que foi fechada anos depois em (1917) devido a lei Maximiliano, onde visava equiparar as instituições de ensino superior no Brasil. Para fundamentar o título de primeira universidade do Brasil como sendo a UFPR baseia-se no fato de ter dado continuidade de funcionamento dos seus cursos até os dias atuais diferentemente das demais.
Apesar dessas inconsistências na história cronológica, sabemos que todas as instituições são importantes no processo de formação de cidadania e identidade nacional. Todas contribuíram e continuam a contribuir para o desenvolvimento do país. Quando comparado a seu papel social os registros históricos são minúsculos. O processo de formação deve ser o mais valorizado. Quantos profissionais formados e quantos cidadãos conscientes de seus direitos e deveres inserimos na sociedade? Esse sim é um questionamento válido e que transcende qualquer registro.
Dentro da temática o papel da Universidade é importante citar outras duas instituições que são marcos para o ensino superior do Brasil. A primeira delas A Universidade de Brasília – UNB, fundada em 1961.

A Universidade de Brasília foi fundada com a promessa de reinventar a educação superior, entrelaçar as diversas formas de saber e formar profissionais engajados na transformação do país. www.unb.br/sobre/principais_capitulos/criação

A outra é ao meu ver a mais importante delas, valorizando aquilo da qual faço parte e por acreditar na sua metodologia inovadora, UFSB. A universidade Federal do Sul da Bahia tem como razão de ser:
a.  gerar, difundir e compartilhar conhecimentos e técnicas nos campos das ciências, humanidades, artes, culturas e tecnologias, promovendo a eficiência acadêmica e o pensamento crítico-reflexivo nos diversos saberes e práticas, visando ao desenvolvimento humano com ética, sustentabilidade e justiça;
b.  oferecer formação acadêmica, educação continuada e habilitação profissional nos diferentes campos de conhecimento e atuação, nos níveis de graduação e pós-graduação, mediante modelos pedagógicos e estratégias de ensino-aprendizagem eficientes e
criativos, educando para a responsabilidade social
e ambiental;
c.  promover a extensão universitária, gerando e compartilhando inovações, avanços, perspectivas, propostas, conquistas e benefícios resultantes da criação
e da pesquisa, mediante amplo e diversificado intercâmbio com instituições, empresas, organizações e
movimentos da sociedade, para o processo de desenvolvimento local, regional, nacional e global;
d.  fomentar paz, equidade, solidariedade e aproximação entre gerações, povos, culturas e nações, contrapondo-se a toda e qualquer forma de violência,
preconceito, intolerância e discriminação. http://www.ufsb.edu.br/?page_id=65
 
E para complementar o que a UFSB acredita, onde devemos ser praticantes daquilo que falamos, referindo-se à uma das ideias de Anísio Teixeira e da autonomia de Paulo Freire, finalizamos o componente com uma prática que representa tudo aquilo que foi debatido em sala de aula. Fomos conhecer nosso entorno, a realidade onde estamos inseridos, fomos intervir no meio, apresentando oportunidades, nos colocamos no lugar do outro, como professores apresentando a UFSB para alunos do Centro Educacional Professor Rômulo Galvão. Foi uma experiência maravilhosa, pudemos reviver o momento de inquietação tradicional dos alunos do 3º ano do Ensino Médio. Foi gratificante o retorno que obtivemos por parte de todos presentes.
Continuando sobre a experiência Centro Educacional Professor Rômulo Galvão...
Com a proposta de apresentar a UFSB para alunos da escola citada acima, fomos, o grupo – Carla, Edneia, Emilly, Gildásio, Hortência, Isaque – na sala do 3º ano do Ensino médio, o que foi muito bom por eles estarem muito próximo de entrar no ensino superior, portanto, o assunto foi de grande relevância. Através de um diagrama construído de forma interativo em momento real o grupo apresentou de forma clara e objetiva o que é uma universidade, sua diferença entre faculdade e sua história no Brasil e no mundo. E claro apresentamos a universidade, UFSB, sua metodologia inovadora, seus cursos, campus e formas de acesso.
Finalizo aqui meu relato, agradecendo meus colegas pelo companheirismo e compreensão e a professora Andréa pelas orientações e total entrega à profissão. Obrigada!
 
 

 
 
 
 
 
 
 

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